Coluna do Tostão
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Coluna do Tostão
PUBLICADO EM 24/08/14 - 03h00
Leonardo, que foi atleta e técnico do Milan e da Inter de Milão e diretor do Milan e do Paris Saint-Germain, deu uma ótima entrevista ao programa Bola da Vez, da ESPN Brasil. Além de bem preparado, na teoria e na prática, dentro e fora de campo, Leonardo fala muito bem e associa rapidamente os fatos e as ideias. Fez duras e educadas críticas à CBF e ao futebol brasileiro.
Chico Buarque, em uma de suas maravilhosas músicas, disse que Deus permite a todo mundo uma loucura. Diria também que todo mundo tem o direito, pelo menos uma vez, de um profundo gesto de humildade, de desprendimento e de solidariedade, sem desejar nada em troca, a não ser a aprovação do outro, uma das fraquezas humanas. Quem sabe Marín e muitos dirigentes, em um gesto de incontido amor ao futebol brasileiro, deixem seus cargos?
Haverá sempre o risco, como mostra a história do mundo, de que os que criticam e passam a assumir o poder cometam os mesmos erros.
Leonardo, fascinado pelo investimento privado no futebol, falou que aprendeu muito, ao sentar-se e trabalhar ao lado do dirigente italiano Adriano Galliani, durante seis anos, no Milan. Para ampliar sua visão e conhecimento, deveria ter se sentado também ao lado de algum dirigente da Alemanha, país onde os clubes são duramente punidos quando gastam mais do que arrecadam, onde há a maior média de público do mundo e onde é proibido que um magnata compre um clube, independentemente da origem do dinheiro.
Tento ser otimista com o futebol brasileiro. Vi, nesta semana, vários bons jogos, com equipes organizadas. Os 7 a 1 começam a fazer efeito. Ganso fez um gol, e Muricy, com ironia e para manter a tática de criticar para motivar, o que discordo, disse que só daqui dois anos Ganso vai fazer outro gol. Ele comparou Ganso a Ricardo Goulart, que joga na mesma posição e faz gols. Um não tem nada a ver com o outro. Ganso é um meia-armador, e Goulart, um meia-atacante. Ouço também que Ganso é um jogador do passado, e Goulart, do presente. Em todas as épocas, houve jogadores como Ganso e Goulart. Eles se completam.
A maioria dos técnicos e jornalistas esportivos veem o meio-campo como há 20 anos, dividido entre o volante que marca e o meia que entra na área. Ganso não é uma coisa nem outra. É um meio-campista.
Ganso tem evoluído e jogado bem, desde o ano passado. Parece que dar um passe espetacular e decisivo deixou de ser muito importante. Obviamente, se ele também fizesse gols, seria ainda melhor. Ganso precisa ser analisado pelo que joga, e não pelo grande craque imaginário que achavam que ele era ou que se tornaria. Ele é apenas um excelente jogador, diferente, único no Brasil. Todos falam em mudanças no futebol, mas ficam incomodados com quem foge do padrão.
Caminhos
Uma das razões de a maioria dos clubes estar endividada e com equipes fracas é que contratam jogadores e técnicos caros, sem critério e sem conhecimento. Não dá certo, e não formam um bom time, também pela falta de continuidade. Aí, mudam os jogadores e o treinador e, sem uma boa equipe, diminui a arrecadação e aumentam as dívidas. Cria-se um ciclo vicioso e negativo.
Leonardo, que foi atleta e técnico do Milan e da Inter de Milão e diretor do Milan e do Paris Saint-Germain, deu uma ótima entrevista ao programa Bola da Vez, da ESPN Brasil. Além de bem preparado, na teoria e na prática, dentro e fora de campo, Leonardo fala muito bem e associa rapidamente os fatos e as ideias. Fez duras e educadas críticas à CBF e ao futebol brasileiro.
Chico Buarque, em uma de suas maravilhosas músicas, disse que Deus permite a todo mundo uma loucura. Diria também que todo mundo tem o direito, pelo menos uma vez, de um profundo gesto de humildade, de desprendimento e de solidariedade, sem desejar nada em troca, a não ser a aprovação do outro, uma das fraquezas humanas. Quem sabe Marín e muitos dirigentes, em um gesto de incontido amor ao futebol brasileiro, deixem seus cargos?
Haverá sempre o risco, como mostra a história do mundo, de que os que criticam e passam a assumir o poder cometam os mesmos erros.
Leonardo, fascinado pelo investimento privado no futebol, falou que aprendeu muito, ao sentar-se e trabalhar ao lado do dirigente italiano Adriano Galliani, durante seis anos, no Milan. Para ampliar sua visão e conhecimento, deveria ter se sentado também ao lado de algum dirigente da Alemanha, país onde os clubes são duramente punidos quando gastam mais do que arrecadam, onde há a maior média de público do mundo e onde é proibido que um magnata compre um clube, independentemente da origem do dinheiro.
Tento ser otimista com o futebol brasileiro. Vi, nesta semana, vários bons jogos, com equipes organizadas. Os 7 a 1 começam a fazer efeito. Ganso fez um gol, e Muricy, com ironia e para manter a tática de criticar para motivar, o que discordo, disse que só daqui dois anos Ganso vai fazer outro gol. Ele comparou Ganso a Ricardo Goulart, que joga na mesma posição e faz gols. Um não tem nada a ver com o outro. Ganso é um meia-armador, e Goulart, um meia-atacante. Ouço também que Ganso é um jogador do passado, e Goulart, do presente. Em todas as épocas, houve jogadores como Ganso e Goulart. Eles se completam.
A maioria dos técnicos e jornalistas esportivos veem o meio-campo como há 20 anos, dividido entre o volante que marca e o meia que entra na área. Ganso não é uma coisa nem outra. É um meio-campista.
Ganso tem evoluído e jogado bem, desde o ano passado. Parece que dar um passe espetacular e decisivo deixou de ser muito importante. Obviamente, se ele também fizesse gols, seria ainda melhor. Ganso precisa ser analisado pelo que joga, e não pelo grande craque imaginário que achavam que ele era ou que se tornaria. Ele é apenas um excelente jogador, diferente, único no Brasil. Todos falam em mudanças no futebol, mas ficam incomodados com quem foge do padrão.
Caminhos
Uma das razões de a maioria dos clubes estar endividada e com equipes fracas é que contratam jogadores e técnicos caros, sem critério e sem conhecimento. Não dá certo, e não formam um bom time, também pela falta de continuidade. Aí, mudam os jogadores e o treinador e, sem uma boa equipe, diminui a arrecadação e aumentam as dívidas. Cria-se um ciclo vicioso e negativo.
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