A Voz da Arquibancada

Relembrando a primeira mensagem :

A comissão técnica do América se preocupa tanto com a forma do adversário jogar que se esqueceu de criar o próprio padrão de jogo. Insiste na tentativa de usar o 4-2-3-1, sem considerar o perfil da equipe. Prioriza os treinos de bola parada em vez de qualificar a troca de passes. Os defeitos foram repetidos e ampliados na derrota para o Icasa: Tchô ficou isolado no centro; Pablo, Gilson e Willians mais preocupados em defender do que atacar; André, Vitor Hugo e Guerreiro rifaram os lançamentos; Andrei nem marcou nem avançou; Obina só teve uma oportunidade para finalizar; Ricardinho, com muitos erros de passes e finalizações, continuou improdutivo. Se fosse prata da casa não teria as mesmas chances. Aliás, Núbio Flávio, outro campeão brasileiro sub-20 mal aproveitado no profissional, em poucos minutos produziu mais que Ricardinho.

O América é favorito para derrotar o Mogi Mirim. no Independência, mas o favoritismo precisa ser comprovado dentro de campo. Se os coletivos são as simulações que mais se aproximam das reais situações dos jogos, uma vitória convincente vai depender de a qualidade do adversário ser inferior ao time reserva do Coelhão. Os reservas dominaram e venceram os titulares nos dois coletivos realizados. Robertinho e Bryan precisam fazer mais ultrapassagens. Leandro Guerreiro deve evitar sair para o jogo na função de segundo volante, ocupando o lugar de Dopô e deixando a zaga desprotegida. Guerreiro deve ser o primeiro volante, para começar a saída de bola; Dopô, o dublê de volante e meia, para qualificar, acelerar a transição e se aproximar de Mancini. Felipe Amorim, Toscano e Cristiano devem jogar próximos da grande área. Descontração no Bar do Markim.

A diretoria reduziu o valor do ingresso nas vendas antecipadas, disponibilizou a compra pela internet, liberou o acesso de mulheres e crianças, mas o principal incentivo sempre será uma ótima campanha com futebol convincente. O time precisa passar credibilidade para estimular a presença do torcedor. Vencer e pelo menos ficar próximo de convencer. Na condição de visitante, o rendimento necessita melhorar. Fora de casa, o Coelhão só venceu o Bragantino, em um jogo de baixo nível tático. Perdeu para Luverdense e Náutico e empatou com o Criciúma. O próximo confronto será contra o Macaé. Antes do início da Série B, seria considerado um jogo tranqüilo para conquistar a vitória no campo do adversário, porém o desempenho do time carioca surpreendeu. Na nona rodada, estava só um ponto atrás do América, com o mesmo número de vitórias e mais gols marcados.

Tony, Henrique e Toscano são opções para substituir Mancini, contra o Macaé, como distribuidor de jogadas ofensivas. Tony deve começar a partida, porém, tem mais perfil de segundo meia no 4-4-2 que de único meia centralizado no 4-2-3-1. Henrique foi bastante produtivo no coletivo da semana passada, quando treinou de segundo volante. Felipe Amorim, Toscano e Cristiano devem completar o quarteto ofensivo. Richarlison e Willie são opções de velocidade. No jogo contra o Mogi Mirim, a entrada de Richarlison mais as infiltrações de Toscano dentro da área aumentaram a movimentação e a agressividade no ataque. A bola passou a ser tocada no chão, em vez dos lançamentos pelo alto para Cristiano, de costas, disputar as jogadas com os marcadores. Dopô ocupou espaço no campo do adversário e arriscou finalizações de longa distância.

Formar jogadores bem preparados tecnicamente é um dos principais objetivos das categorias de base. Embora a conquista de títulos seja meta secundária, sempre é bom aproveitar oportunidades de ser campeão, ainda mais em cima de um dos rivais. O América venceu três decisões contra o Cruzeiro no Campeonato Mineiro Imef. Cada categoria teve os melhores goleiros e os destaques da competição. No sub-10: Victor Hugo, e Davy Júnior mais Vitor Henrique; no sub-12: Luis Felipe e Pedro França; no sub-13: Felipe Alves e Artur Lopes. Pela Taça BH sub-17, América e PSTC (Paraná Soccer Technical Center) se enfrentam amanhã, às 9h, no campo da PUC. O Coelhãozinho busca repetir o bom desempenho na campanha realizada pela Copa do Brasil, em que vários atletas em formação demonstraram grande potencial para ser trabalhado.

O América empatou com o Macaé, mas mereceu a vitória fora de casa. Apesar de só três finalizações certas e 14 erradas, o Coelhão teve postura ofensiva, mais posse de bola e dominou o adversário. A defesa falhou no gol sofrido. Na cobrança precisa de escanteio por Toscano, o esforço de Thiago Santos foi compensado com o gol marcado. Walber deveria ter atacado mais, e Cristiano, acertado mais passes. Embora Tony tenha perfil de segundo meia, sem Mancini na referência das jogadas, a velocidade das tabelas e o número de passes certos aumentaram. A intensidade ficou parecida com a do time utilizado nas cinco rodadas finais do Mineiro, com Felipe Amorim, Renatinho, Bruno Sávio e Rubens, quando o quarteto jogou com bastante dinamismo, trocas constantes de posição e agressividade no ataque. Destaque para a presença de Gildo, na arquibancada.

Insatisfação evita conformismo e incentiva a busca da excelência. Nunca se dar por satisfeito, até com o que vem dando certo, é a essência da superação. Time que está vencendo precisa demonstrar constante evolução para potencializar o rendimento. No Brasileirão, prevalece o chavão de que times ganham jogos, e equipes, conquistam títulos, ou pelo menos fazem boas campanhas. Apesar de a vitória, jogando bem ou mal, valer os mesmos três pontos, é preciso melhorar continuadamente o desempenho para não depender da sorte e aumentar as chances de vencer vários confrontos nas competições de longa duração. Continua o dilema do substituto de Mancini ou outro camisa 10, para ser titular e chamar a responsabilidade de otimizar o poder criativo. Lateral-direito, segundo volante e centroavante também são posições preocupantes.

Vamos pra cima deles, Coelhô! Para buscar a vitória contra o ABC, o quarteto formado por Felipe Amorim, Mancini, Toscano e Cristiano deve colocar em prática os conceitos comentados por Mancini e Toscano sobre o 4-2-3-1. De acordo com Mancini, a rotatividade é necessária para os quatro jogadores mais ofensivos, com bastante dinamismo, saírem da marcação. Segundo Toscano, os meias-atacantes que ficam abertos pelos lados precisam alternar jogadas pelo centro. Essa movimentação em alta velocidade, a troca constante de posição, as tabelas rápidas e progressivas, o deslocamento do centroavante, a aproximação do volante, mais as ultrapassagens dos laterais também são comentados pelos torcedores nas redes sociais. Encontro no Bar do Markim, com a presença de Sérgio Labruna, que veio de Uberlândia para assistir ao jogo.

A partida contra o Oeste também será fora da casa do adversário. Os jogos do clube paulista estão sendo realizados no estádio do Audax, em Osasco, a mais de 350 km de Itápolis, cidade sede do time oestino. Grande oportunidade para o Coelhão conquistar os três pontos, em um campo considerado neutro. Nos cinco jogos disputados na condição de visitante, o aproveitamento é de apenas 33%. Uma vitória, dois empates e duas derrotas. O América, que já possui equipes participantes do Futebol de 7 e Hockey, vai competir no Futebol Feminino. Em parceria com o Santa Cruz e a Kickball, o time americano deve disputar duas competições este ano: Campeonato Mineiro, previsto para agosto, e o Brasileiro, com previsão para setembro. No Hockey, Luiz Koenen e Thomas Nitsche participaram da seleção brasileira, que conquistou o Pool do Mundial, disputado na Argentina.

No confronto entre decacampeões, o América venceu o ABC, mas teve pouca eficiência ofensiva no primeiro tempo, quando Toscano ficou longe da área, Cristiano errou passes e dribles e Mancini demorou a concluir as jogadas, nas poucas chances criadas. Mesmo assim, Felipe Amorim quase marcou ao finalizar na trave. O lado direito defensivo, com Walber, Wesley e o volante da cobertura, foi envolvido nos lances de velocidade dos abcedistas Marcílio e Fabinho Alves. No segundo tempo, Richarlison novamente aumentou o dinamismo agressivo, e Toscano jogou avançado. Destaque também para o voluntarioso Thiago Santos e para a movimentação e os passes certeiros de Leandro Guerreiro. Ainda faltou um substituto para Mancini, nos minutos finais. Caravana da Avacoelhada e Seita Verde: Saraiva, (31) 8857-5576; Fabiano, 8532-4865. Preço: R$ 80.

Santiago, o artilheiro colombiano, deveria ser promovido ao profissional, com a saída de Willie. Aliás, a promoção está atrasada. Poderia ter acontecido no início do ano, no primeiro passo da transição, na qual o atleta em formação deve começar a participar da equipe principal, antes de completar os 20 anos. Santiago não participou da Copa São Paulo por causa do período de inscrição. Ficou parado de dezembro a março. Atualmente, o sub-20 está sem disputar competições. A primeira fase do Campeonato Mineiro júnior terminou em junho, e o hexagonal só vai começar em setembro. O Coelhãozinho também não participa do Brasileirão, porque os participantes são os 20 primeiros colocados no ranking baseado no desempenho do time profissional, em vez de o referencial ser as categorias de base. Contatos caravana: Saraiva, (31) 8857-5576; Fabiano 8532-4865.

Felipe Amorim tem grande potencial para ser mais produtivo ofensivamente. Precisa adiantar o posicionamento e ter ambição de artilheiro, a fim de potencializar o desempenho ofensivo. O meia-atacante ou atacante que for escalado para jogar aberto pelos lados, com a preocupação de recuar e marcar o adversário, vai render menos do que pode render. Bruno Sávio, Henrique Santos, Tony, Toscano e Willie, quando jogaram pelos extremos, longe da área e com poucas infiltrações pela diagonal, também produziram menos do que podem. Os jogadores da frente necessitam participar da marcação, mas o primeiro combate pode ser executado no campo ofensivo. A recomposição não precisa ser tão defensiva, para evitar chamar o adversário e reduzir o desgaste físico na função de defender e atacar. Contatos caravana: Saraiva, 8857-5576; Fabiano, 8532-4865; R$ 80.

Quando os laterais buscam a linha de fundo e acertam os cruzamentos, rasteiros ou aéreos, a conclusão dos atacantes é bastante facilitada. Nessas jogadas, na maioria das vezes, o maior trabalho dos finalizadores é empurrar a bola para dentro. Patrick, Robertinho e Walber são as opções pela direita; Bryan e Raul, pela esquerda. Robertinho aparece no ataque por meio de infiltrações na diagonal e finalizações. Ainda assim, diminui a ofensividade no segundo tempo. Walber e Raul oscilaram bons e maus momentos. Participaram dos lances dos gols marcados e de falhas em gols sofridos. Patrick e Bryan executam o duplo trabalho de defender e atacar com mais intensidade. Aliás, Patrick possui mais características de meio-campista do que de lateral. Devido à lesão de Bryan, Xavier é alternativa de ala, e Michel deveria, pelo menos, participar dos coletivos.

O América tem total capacidade para conquistar a segunda vitória na condição de visitante. A partida contra o Oeste será disputada em Osasco, longe de Itápolis, cidade sede do adversário, e haverá a presença da torcida americana. Walber e Raul devem ser os laterais. Ambos vão compor a linha defensiva, mas precisam explorar as jogadas pelos lados através de ultrapassagens e triangulações para descompactar a defesa adversária e criar espaços para infiltrações dos meias. Cristiano e Richarlison disputam a posição de centroavante. O escolhido deve evitar ficar de costas na maioria das jogadas e sempre buscar a movimentação intensa, a fim de tabelar e receber assistências para serem finalizadas. A produtividade de Felipe Amorim e de Toscano será maior se forem mais incisivos. Henrique Santos se destacou de segundo volante, no último coletivo.

O Coelhão continua com o melhor rendimento na condição de mandante. No Independência, venceu seis dos sete jogos disputados. O próximo confronto dentro de casa será contra o Boa. A ótima campanha aumenta a própria confiança e o respeito dos adversários. Assim, o time tem mais condições de, pelo menos inicialmente, conduzir as ações da partida, fazer a proposta de jogo e ter postura ofensiva, com marcação adiantada, para diminuir os espaços do oponente. Ainda é preciso valorizar a posse de bola, por meio da troca de passes objetivos. Embora o dinamismo acelerado seja cada vez mais fundamental nas equipes de alto desempenho, também é necessário alternar a velocidade tática (movimentação da bola) com a dinâmica (movimentação dos jogadores). Até a penúltima rodada, Toscano é o que mais fez assistências, finalizou corretamente e marcou gols.

Erros da arbitragem influenciaram o resultado do jogo contra o Oeste. As decisões dos lances polêmicos sempre beneficiaram o adversário. Três pênaltis não marcados, gol anulado de Thiago Santos, falta em João Ricardo e impedimento de Rodriguinho no segundo gol. Mas as falhas americanas também devem ser evidenciadas. Apesar da vantagem numérica dos defensores sobre os adversários, o setor defensivo foi envolvido no primeiro gol e no terceiro. Walber e Raul deixaram a desejar na marcação e no apoio. Mancini e Felipe Amorim foram improdutivos. Givanildo deveria ter feito mudanças antes de sofrer o segundo gol. Henrique Santos poderia ter entrado no lugar de Mancini; Cristiano ou Bruno Sávio, no lugar do Felipe Amorim. Destaque para Toscano, que chamou a responsabilidade, e Richarlison, que sofreu dois pênaltis não marcados.

O Coelhãozinho sub-17 foi eliminado na Taça BH, no critério saldo de gols. Contra o Avaí, venceu por 1 a 0, mas criou oportunidades para ter goleado. Os atletas em formação novamente demonstraram grande potencial de aprimoramento. Matheusinho, destaque da partida, protagonizou a sensacional jogada do gol da vitória americana. O promissor meia-atacante partiu do meio campo, passou por quatro adversários e, dentro da grande área, fez assistência perfeita para Emiliano finalizar. Giovani, que ainda é sub-15, se destacou numa defesa salvadora. Embora a versatilidade seja importante, a especialização também é. Felipe e Marcinho jogam em mais de uma posição. Ambos atuam de lateral ou de meia-atacante. Passam a impressão de estarem melhor preparados se fossem escalados só para a função ofensiva, em vez de alternarem posicionamento.

O segundo volante moderno não precisa ser o típico marcador nem o típico armador, mas deve ter qualidade nos passes e nas assistências, velocidade e resistência para jogar de uma intermediária a outra e precisão nas finalizações. Henrique Santos, nos treinos, executa essas funções no time reserva. Deveria ser experimentado entre os titulares. Dopô tem potencial, mas precisaria ter jogado mais vezes no lugar de Lorenzi, no Mineiro, a fim de aprimorar o desenvolvimento. Diego parou de ter oportunidades, e Renato Bruno não teve chances de ser trabalhado. Leandro Guerreiro e Thiago Santos possuem características complementares de primeiro volante. Guerreiro é o jogador americano que mais acertou passes. Thiago, o que mais desarmou. Rodrigo Souza poderá aumentar o poder de marcação, mas necessita qualificar a transição.

Robertinho precisa ser mais constante e intenso nas ultrapassagens, para aumentar a força ofensiva, com infiltrações pela diagonal. Também poderia voltar a demonstrar a vibração dos primeiros jogos do Mineiro, quando comemorava os desarmes realizados. Grande parte da torcida valoriza esse tipo de atitude. Wesley e Anderson deveriam continuar na dupla de zaga. No caso de mudança, Alison entraria no lugar de Wesley, porque Anderson, ao lado de João Ricardo, é um dos mais regulares do time. Opções para o lugar de Mancini precisariam ser experimentadas nos coletivos, afinal, a função dos treinamentos é simular possíveis situações de jogo. Toscano tem capacidade para assumir a camisa 10, com Felipe Amorim e Richarlison pelos lados e Cristiano ou Rubens de centroavante. Henrique e Sávio são alternativas. Concentração no Bar do Markim.

Felipinho e Matheusinho, atletas em formação do sub-17, participaram do segundo time do sub-20 no jogo-treino contra o Democrata-SL. Matheusinho demonstrou personalidade, técnica e habilidade no posicionamento, passes e finalização. Neste segundo semestre, a comissão técnica do júnior vai começar a trabalhar a equipe que vai disputar a Copa São Paulo de 2016. Emiliano e Marcinho, também integrantes do juvenil, disputaram a Copinha no início deste ano. O selecionável Makton provavelmente fará parte do grupo. Michel, Euler, Zé Ricardo e Pabrício estão no penúltimo ano de juniores. Hugo, Danylo, Roger, Brunão, Christian, Leo Mota e Santiago (o artilheiro colombiano) deveriam passar por um processo seletivo para iniciar a transição e começar a participar dos coletivos com os profissionais pouco aproveitados no Brasileirão.

Tony Talibã, na distribuição das jogadas, e Richarlison, avacoelhando a defesa adversária, foram os destaques da vitória sobre o Boa. Com o aumento da velocidade dinâmica, o time americano trocou mais passes certos. Consequentemente, teve mais posse de bola, comandou as ações da partida e dominou o adversário. Tony, Felipe Amorim, Toscano e Richarlison, com bastante intensidade, ficaram mais próximos e mudaram constantemente de posição. Richarlison jogou de falso 9, sem ficar de costas para disputar as jogadas aéreas com os marcadores. Demonstrou habilidade, quando partiu pra cima com a bola dominada. Robertinho e Raul aumentaram o poder ofensivo. Felipe Amorim poderia ter sido mais produtivo, porque tem capacidade para ser mais decisivo. Ele e Toscano deveriam infiltrar mais na grande área para tentar a finalização.

Jogar contra o Paysandu, fora de casa, vai ser um ótimo teste para avaliar a evolução do time americano. Anderson deveria voltar a ser titular, com Alison e Wesley disputando a posição. Futuramente, talvez até o uso dos três zagueiros, no 3-5-2, seja uma possibilidade de variação tática. Tony Talibã tem qualidade na distribuição das jogadas, porém, necessita ser mais agudo, infiltrar dentro da área e finalizar. Richarlison tem velocidade, habilidade e força física para enfrentar a defesa adversária, mas, quando estiver pelos lados, precisa ter pelo menos um atacante dentro da área a fim de aumentar o poder ofensivo. Felipe Amorim e Toscano deveriam ser mais agressivos. Rodrigo Souza é opção para reforçar a marcação. Henrique Santos pode ser usado de segundo volante ou de meia centralizado. Bruno Sávio e Rubens são alternativas para o ataque.

Vadão elogiou a iniciativa do América de formar uma equipe de futebol feminino. Segundo o treinador da seleção feminina, que conquistou o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, o clube terá em contrapartida a divulgação da marca e vai atrair novas torcedoras. Aliás, o futebol feminino no Brasil tem características semelhantes ao perfil punk da torcida americana, acostumada a nadar contra a corrente para enfrentar a preferência clubística da maioria da população pela dupla rival. Fazemos parte da resistência na luta contra tudo e contra todos. A estreia das Coelhinhas no Mineiro será contra o Real, no próximo domingo, às 15h, em Caeté. Embora os jogos na condição de mandante estejam programados para o campo da Universo, algumas partidas deveriam ser nas preliminares do Coelhão no Independência. O Brasileirão vai começar em setembro.

Thiago Santos, com 52 desarmes, Leandro Guerreiro, com 26, e Bryan, com 19, são os que mais desarmaram no América. João Ricardo e Anderson eram os mais consistentes. Ainda assim, houve falhas coletivas de posicionamento. João Ricardo fez muitas defesas salvadoras em vários jogos. Foram muitos erros pelo lado direito, nas costas de Robertinho ou Walber e na recomposição de Wesley. As subidas de Leandro Guerreiro e Thiago Santos desprotegeram os zagueiros. A entrada de Alison no lugar de Anderson não fez diferença contra o Boa, que pouco atacou. Mas, contra o Paysandu, a defesa ficou vulnerável. A marcação deveria começar com a fixação de Thiago Santos na cabeça da área. Show do Dimas, conselheiro americano, às 21h, no Matriz.

As adversidades para enfrentar o Vitória são muitas. A campanha fora de casa é insatisfatória. Será o segundo jogo consecutivo na condição de visitante. Bryan, Cristiano, Mancini, Raul e Richarlison estão ausentes. Givanildo, que é avesso a fazer mudanças no time titular durante os treinamentos, optou por trocar Anderson por Alison nos jogos, porém, a defesa falhou quando foi exigida contra o Paysandu. O meia Xavier, que não jogou em 2015, será o lateral improvisado. Nos últimos coletivos, só treinou entre os reservas. Henrique se destacou no time reserva na posição de segundo volante, mas entrou nas partidas, na função de meia-atacante, pelo lado, e não correspondeu. Rubens estava no terceiro time. Ainda assim é preciso ter postura ofensiva. Tony, Felipe Amorim e Toscano precisam ser mais verticais. Bruno Sávio é opção de velocidade.

Nosso time feminino é demais. As jogadoras ainda não entraram em campo, porém já conquistaram os corações da torcida americana nas redes sociais. Elas vão jogar por amor ao futebol. Amor que começou a ser compartilhado com a paixão pelo América. Afinal, só tem amor, quem tem amor para dar. As coelhinhas não tiraram fotos no espelho, mas se destacaram no visual. Literalmente vestiram a camisa do América para postar no Facebook. Também agradeceram ao Coelhão pela iniciativa de formar a equipe feminina a fim de disputar o Mineiro e Brasileiro. O americano valoriza muito a fidelização ao clube, a americanidade, o enfrentar e calar multidões. Por isso, Alessandro faz parte da história, por ter calado a torcida atleticana em 2001 e acabado com o jogo contra o Cruzeiro em 2012. No Mineiro Feminino, Real e América se enfrentam, às 15h, em Caeté.